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Angústia do desencontro do coração - (poema escrito em 02/08/2016, título dado em 26/08/2016)

(Poema escrito por Gerson Anderson. Retrata a inquietação de alguém que carrega um fardo mental por ter errado nas escolhas que tomou na vida e questiona o que possui e o que faz agora, e já duvida os futuros caminhos que o esperam. Mescla paixões passadas e presentes com dilema existencial. Envolve o senso religioso e a busca pela realização e plenitude. A declamação leva 3 minutos.)

Longa dor enfrenta o homem
Quando viaja dentro de si mesmo
e na busca de se encontrar se consome
mas não se encontra e sente-se a esmo.

É grande a dor e lúgubre o lamento
por haver sido causa de sua própria tristeza,
foi arquiteto de seu próprio sofrimento
por não ter feito suas escolhas com destreza.

Quando mais se preenche, mais cresce o vazio.
Quanto mais grita, mais denso é o silêncio.
Quanto mais atiça o fogo, mais mórbido é o frio.
Quanto mais se acalma, o desespero é mais intenso.

Ah Meu Deus! Tu que não se encontra no tempo!
Dai-me o poder de limpar-me do passado.
Tu vês que agora minha paz é o meu intento,
Mas em meus ombros, a culpa é o fardo mais pesado.

Hoje me sinto tão confuso e tão perdido,
Já não adianta nada novo eu me propor.
Se desconstrói ante meus olhos tudo aquilo em que acredito!
O que era rocha, hoje é fuligem, é fumaça e vapor.

Só sobrevive em meu peito e em minha alma
Uma paixão que motivou a minha vida.
Uma lembrança, doída, pesarosa, mas amada
Daquela que sempre será por mim querida.

Recordações tenho guardadas de amor
que se acendem em todo lugar que ando,
Não tenho paz em lugar algum que vou
Pois nossa história sempre está lá me atormentando!

Nunca pensei que meu mundo desabaria
Se uma parte desse mundo eu não tivesse.
Nunca pensei que eu me perderia um dia
Se nunca mais em teus abraços eu estivesse.

Como é difícil, senhor, o não saber!
Não saber como nem pra onde eu hoje vou.
Até se eu tento em teus mistérios me envolver,
Ainda assim não consigo saber quem sou.

Será que sou teu servidor  e teu fiel?
Ou talvez há anos tenho me enganado?
Em tua trilha encontrarei parte do céu?
Ou apenas seja este outro caminho errado?

Por não saber para que rumo me dirijo
É que as vezes na estrada me detenho.
Lugar algum e nem ninguém me dá abrigo,
Sigo sozinho, e essa dor é só o que tenho.
Talvez eu vá, talvez eu fique, nada posso afirmar.
Mas outro alguém me deu a chance de outra vez tentar.
Eu tenho medo de outra vez no mesmo ponto eu errar.
Só vou saber se eu tiver a coragem de tentar.

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